Hottest Takes #9
Capa de um livro vintage de Frank Stella para começar o ano :)
1) Que 2023 seja mágico, meus queridos! Pelé se foi — a lenda que fez do Brasil Brasil mundo afora. José Miguel Wisnik na Folha de São Paulo, “um poeta observou que ele parecia arrastar o campo consigo, como uma extensão de sua pele, em direção ao gol adversário.” Tive a sorte de tirar uma foto ao lado dele em 2007. Na conversa da foto abaixo, o maestro pergunta: você que viajou o mundo, lá fora os garotos jogam futebol como aqui? E o rei responde: É muito diferente, aqui o garoto já nasce com o futebol dentro do corpo!
Tom Jobim e Pelé, revista Manchete, 1966
2) Vocês já jogaram Globle? Trata-se de uma espécie de "tá quente, tá frio” com geografia. Você começa escolhendo um país e ele aparece pintado de alguma cor entre bege e cor de sangue — quanto mais escuro for o tom de vermelho, mais perto você está do país do dia. Semana passada penamos quando o escolhido foi São Vicente & Granadinas :^)
3) Extra, extra! Hoje vai ao ar a parceria que fiz com a galeria David Zwirner. Duas artistas que represento, Polly Shindler e Sara Woster, participam da seleção de janeiro com obras inéditas, aqui (link ativo só a partir das 10h).
E você? Vai estar em São Paulo no fim de semana de 14 e 15 de janeiro? Se sim, passa lá no Taller Zaragoza das 15h às 19h. Fernanda Feher e Gabriel Botta apresentam trabalhos recentes numa exposição organizada por Gisela Projects. Aqui eles contam um pouco sobre o que vão mostrar:
Feher: “essas paisagens misturam realidade e fantasia. Gosto da ideia de que há muitas coisas imaginadas no que consideramos real e de que a fantasia nada mais é do que uma forma de elaborar a realidade. E se o que vemos for um sonho dentro de outro sonho?”
Botta: “a pintura Cabeças de Cavalo é uma releitura da escultura de Donatello, "Protome Carafa", de 1445. Gosto dos canais de conexão entre passado e presente: uma obra de bronze pesando toneladas perde massa e volume, ganha cor e outros significados com o surgimento de uma outra cabeça. É a passagem do tempo incorporada numa imagem.”
4) Gente do céu. Morri de aflição ao aprender sobre o chamado Efeito Mandela. Resumindo bem, se refere a memórias falsas — coisas que lembramos mas que não aconteceram, ou não são bem como imaginamos. O nome do fenômeno vem do fato de que muita gente acredita que o ativista sulafricano morreu nos anos 80 e não em 2013. Um exemplo que me deixou com a pulga atrás da orelha: você se lembra da cena “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu”? Acredite se quiser, mas essa frase não é usada no clássico “A Branca de Neve e os Sete Anões”. O texto correto da Rainha Má é “Fala, mágico espelho meu”.
5) Assisti ao novo longa de Darren Aronofsky, The Whale — um filme no-jen-to, trágico, com toques de poesia e uma lição de vida maravilhosa. Tem recebido críticas negativas, apesar do ator principal Brendan Fraser estar concorrendo ao Globo de Ouro. Fiquei tão transtornada com o peso — literal — do filme, que, para compensar, resolvi binge-watch a terceira temporada de Emily in Paris. Podem falar o que quiser, que “a série é forçada, superficial, etc, etc", mas que delícia foi assistir! Quero ser convidada para uma festa numa fazenda de lavanda daquelas e, de preferência, vestir um dos looks da personagem Sylvie Grateau.
Foto via Stéphanie Branchu/Netflix
6) Coisas que a gente descobre com os filhos pré-adolescentes: por conta de sua simpatia e doçura, quokka é considerado o animal mais feliz da face da terra. Da família dos cangurus, esses bichinhos australianos têm tamanho de gato, rabo de rato e sorriso de sambista tocando com amigos num boteco. Para essa e outras fotos fofinhas dele, visitem esse Insta aqui.
7) Adorei a lista da de coisas para lembrar em 2023 que a Tina Roth Eisenberg fez. Alguns destaques:
tudo está vivo
energia é visível
estou exatamente onde deveria estar
clareza é nossa amiga. Interprete sinais confusos como um "não”
crença é um pensamento que você fica pensando
estamos aqui para transformar, não para vencer
segurança é presença de conexão
vulnerabilidade é a porta para mais conexão
amar começa com a gente
confiança transpira magia
nossa vida é nosso caminho pra casa
8) A T Magazine selecionou as 10 casas mais lindas apresentadas na publicação ano passado. Uma das minhas favoritas fez o corte: a de Barnaba Fornasetti. Que sonho essa parede com mais de 50 espelhos!
9) Será que os algoritmos de IA vão conseguir criar obras de arte? A cartunista Sarah Andersem compartilhou seu medo em artigo do NYTimes ao perceber que seus traços característicos e personagem já haviam sido copiados e incorporados por outros e por máquinas. Abaixo, exemplo de um trabalho recente dela; um trabalho "roubado" — os desenhos são dela, e os textos foram alterados —; e, por último, uma versão "cada vez mais sofisticada” criada por inteligência artificial, usando o estilo dela.
10) Minha mãe veio passar Natal e Réveillon aqui comigo em NYC. Por isso, a playlist de hoje só tem músicas que ela ama, numa seleção feita por mim. Temos escutado bastante. A primeira faixa é demais!