Casa Erasto @vertebral.mx Mexico, 2019. Foto: @studiochirika @ricardodelaconcha
1) Durante uma meditação guiada que fiz, a instrutora sugeriu:
Por mais elegantes e atraentes que sejam seus pensamentos, saiba escolher priorizar a atenção na sua respiração.
Não é fácil, mas achei ótima a instrução!
Thinking Woman de Abe Ajay, 1935–43
2) Confesso que me sinto muito idosa quando vejo artigos sobre ferramentas mágicas do iPhone que eu muitas vezes não conhecia. Já quero praticar os atalhos “novos” da matéria abaixo :) Selecionei os itens que achei mais legais ou já uso e o link da íntegra está aqui.
Identifique plantas ou animais: ao tirar uma foto de planta ou bicho, clique no botão "info" na base da tela.
Transforme seu telefone em uma máquina portátil de white noise: vá até Acessibilidade > Audio & Visual > Sons de Fundo.Peça à Siri para ler coisas para você: abra o Safari e peça à Siri "leia isso" ou "quero escutar essa página".
Proteja suas páginas privadas: se você ficar mais de 15 minutos longe do Safari, ele pode pedir autenticação antes de liberar acesso. Vá até Ajustes > Safari e escolha Exigir face ID para Desbloquear Navegação Privada.
Crie gestos que você pode acionar com sua voz: clique em acessibilidade > Controle de Voz > Comandos > Criar Novos Comandos.
Use dois dedos para selecionar tudo: deslize dois dedos para baixo para "selecionar tudo", marcar tudo como lido ou deletar mensagens em massa em apps como Mensagens, Mail, Notas e Lembretes.
Copie ou traduza textos com a câmera: (esse eu amo!) fotografe o texto, clique na base da foto onde aparecem umas linhas e copie e cole, ou compartilhe, traduze, etc.
Exclua um dígito da calculadora: deslize o dedo para qualquer lado e assim remova um número só em vez de ter de apagar todos os dígitos da calculadora em caso de erro de digitação.
Torne-se um fotógrafo mais rápido: deslize para a esquerda mesmo com o telefone "fechado".
Limite o tempo de tela para aplicativos específicos: vá em Tempo de Tela > Adicionar Limite e escolha os apps, ou categorias inteiras.
Minha musa dos memes, Nazareth Tedesco. Clique aqui para se aprofundar nas equações que sobrevoam a cara dela hahaha.
3) E a etimologia da palavra paixão em alemão?
Leidenschaft = leiden + schaft
Leiden significa sofrer e schaft, tubo.
O “tubo do sofrimento”.
Le Corbusier
4) Quais são seus valores? Vem testar aqui! Faço uma mentoria com o Jorge Grimberg e achei bem interessante ver os resultados. Tem também o teste para saber quais são os seus valores profissionais. Para mim, bateu super!
No nosso último encontro, ele disse:
Sem medo, não tem graça.
Dries van Noten
PS: ouviram falar do podcast sobre a vida do Clodovil?
5) Outro dia li sobre uma nova “técnica” que as pessoas com déficit de atenção têm usado para concluir mais tarefas. O método, chamado body doubling [ou duplicação de corpo], consiste em ter outra pessoa na sala com você enquanto você tenta realizar uma atividade. A ideia por trás da eficácia é o outro funcionar como testemunha — aumentando sua motivação e senso de responsabilidade ao sentir que alguém “te notou”.
6) Está em cartaz em Nova York uma exposição fantástica de Lubaina Himid. Quanto mais estudo essa artista, mais gosto dela. Seu trabalho chama atenção para a invisibilidade do corpo afro-descendente e, no caso dessa mostra na galeria Greene Naftali, ela homenageia vendedores ambulantes e trabalhadores “de rua”.
Em frente às figuras pintadas em telas multicoloridas, ficam cartazes de papelão com imagens das coisas que esses personagens talvez estejam vendendo. Embaixo de cada uma, há uma transcrição fonética — com sotaque britânico — das palavras que esses ambulantes provavelmente gritam ao tentarem vender seus produtos.



7) E essa reflexão do Dalai Lama?
O planeta não precisa de mais pessoas bem-sucedidas. O planeta precisa desesperadamente de mais pacificadores, cuidadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todos os tipos.
8) Voltando à pauta de algumas edições atrás, o filme Perfect Days de Wim Wenders analisado lindamente na newsletter de Tarso de Melo:
Reginald Blyth (“What Is Poetry?”, c. 1960) afirma que o mais famoso haikai de Bashô — “velha lagoa/ o sapo salta/ o som da água” — não é simplesmente o melhor exemplo da arte do poeta japonês ou da tradição do haikai. Para Blyth, esse pequeno poema é “o poema”: “o maior poema do mundo, porque nos mostra o que a poesia não é”. Ao flagrar esse sapo, Bashô está mostrando, pelo avesso, que poesia não é emoção, filosofia, religião, moralidade, beleza.
“Aqui não temos comédia ou tragédia, amor ou ódio; não há Deus, nem a expressão da Verdade; o sapo não é um sapo ético, nem o som da água tem qualquer moral”. Blyth vê aí uma lição para todos os poetas sobre aquilo de que o poema não precisa para ser. Com o haikai é assim: a mais extraordinária lição de poesia vem do poema mais ordinário. Um clique. Ou um filme de 125 minutos em que a mais ordinária das vidas revela-se extraordinária.
9) Outro dia resolvi reler o conto O Aleph, de Jorge Luis Borges. Se nunca leu, ou se quiser reler, clique aqui. Um trecho delicioso do mais puro Realismo Mágico:
Fechei os olhos, abri-os. Então vi o Aleph. Chego, agora, ao inefável centro de meu relato; começa aqui meu desespero de escritor. Toda linguagem é um alfabeto de símbolos cujo exercício pressupõe um passado que os interlocutores compartem; como transmitir aos outros o infinito Aleph, que minha temerosa memória mal e mal abarca?
(…) Mesmo porque o problema central é insolúvel: a enumeração, sequer parcial, de um conjunto infinito. Nesse instante gigantesco, vi milhões de atos prazerosos ou atrozes; nenhum me assombrou tanto como o fato de que todos ocupassem o mesmo ponto, sem superposição e sem transparência. O que viram meus olhos foi simultâneo; o que transcreverei, sucessivo, pois a linguagem o é. Algo, entretanto, registrarei.
Anish Kapoor
10) Playlist aleatória de quem tem ouvido alguns discos novos misturado a antigos clássicos :)
Enqto vc estuda Lubaina Himid estou lendo tudo sobre YedaMaria - artista baiana q está na Bienal de Veneza.
Outro dia lendo uma de suas hottest pensei no Aleph - acho q foi na q vc falava do tzim tzum …conto maravilhoso!