REVZO Ichibancho — Norihisa Kawashima — Nori Architects, 2022, Tokyo
via @toshy129
1) Nova York tem a sorte de hospedar uma instalação permanente de James Turrell — fica no PS1, museu satélite do MoMA no Queens. No caso de Meeting, 1980–86/2016, o teto tem esse recorte e se abre para o céu. Tanto as luzes da sala quanto a cor do céu vão mudando e, ao mesmo tempo, nossos olhos vão se adaptando, as pupilas se dilatando, recebendo também de outro jeito aquelas cores e luzes. Já tinha ido várias vezes, mas nunca na hora do anoitecer. Foi uma experiência transcendental! Algumas fotinhos aqui (e só para não deixar dúvidas: o quadrado azul no centro de cada foto é o céu em pessoa!).
2) Outro dia ouvi um podcast do Eckhart Tolle com a Oprah Winfrey. Uma das frases dele ficou ecoando aqui — “a gente não pensa o pensamento; o pensamento é que pensa a gente”:
Os humanos são possuídos por pensamento. Eles não pensam – você não pensa, o pensamento “acontece com” você [it happens to you]. Os pensamentos que acontecem com você são pensamentos que você absorve da cultura que te cerca — você consome as mais diversas formas de mídia e as absorve e regurgita. Ou você discorda do que absorveu e, depois, regurgita. O pensamento acontece com você — você não “pensa” a menos que esteja consciente. E a consciência [awareness] — ou presença — é uma dimensão superior ao pensamento.
Toma essa!
3) E essa camisa linda-de-morrer? Não resisti. Bahia sempre no coração.
via @studioco.lab
4) Sabedoria de Ferreira Gullar, em trecho do documentário “A Vida Não Basta”:
A vida não é pobre. A vida é rica. Mas o artista sempre vai querer inventar mais do que o que já existe. Quando Van Gogh pinta a Noite Estrelada, ele acrescenta à existência humana uma noite a mais, que é aquela noite que está na pintura dele. Porque existem todas as noites, mas aquela que está ali no quadro dele — só existe ali, né? A experiência que está na música de Villa Lobos, só está na música de Villa Lobos. É impossível encontrar outra qualquer. Da mesma maneira é a poesia, o romance, o teatro. É isso.
5) Outro dia saiu uma matéria no NYTimes sobre o “fim do scroll infinito” nas redes sociais, e no TikTok mais especificamente. Claro que as redes não estão perto de sumir, mas achei a reflexão muito interessante:
Por fim, e de forma bem teimosa, existe o próprio algoritmo de personalização do TikTok, que leva você cada vez mais fundo aos seus próprios gostos e interesses, até que seja espremido a ponto de quase secar totalmente – um trunfo que se torna, com o tempo, um problema. Você fica se perguntando como pode um formato projetado para “um scroll infinito” passar a parecer tão finito.
Perdemos a chance de nos surpreender com coisas novas. Já percebi que 90% dos anúncios do meu Instagram são de eventos culturais e produtos que já consumi. Será que dá tempo de corrigir essa “gafe” e tirar essa cara de market place onde tudo leva à publicidade?
6) Quase morri com a exposição Indian Skies. Foi uma surpresa! Acho que nunca tinha visto tanta arte indiana reunida (nesse caso, dos séculos 16 a 19). Os detalhes todos, feitos com micro-pincéis, as cores… Trata-se da coleção do artista inglês Howard Hoddgkin, que passou a vida reunindo essas preciosidades. Quando ele faleceu em 2017, o Metropolitan Museum adquiriu quase 100 dessas pinturas! Fica em cartaz até junho. Aqui, algumas fotos que tirei:
7) Liana Fink é provavelmente a pessoa mais tímida a já ter feito um TED Talk! A ilustradora genial ficou paralisada no palco, mas o conteúdo falou por ela. Vale conferir:
8) Já contei aqui sobre minha amiga Dani Feder — psicóloga, autora, dona do Instagram mais poético e minha interlocutora favorita para os assuntos do inconsciente. Dia sim, outro também, troco mensagens com ela — que mora na Alemanha e sabe, como eu, o que é passar o inverno acompanhando o Carnaval e o verão brasileiro pelas redes! Hoje acordei com essa pérola — um trecho do livro “O Homem e seus Símbolos”, do Carl G. Jung. Obrigada, Dani.
De Chirico foi o fundador da chamada pintura metafísica. “Todo objeto”, escreveu ele, “tem dois aspectos: o aspecto comum, que é o que vemos em geral e que os outros também vêem, e o aspecto fantasmagórico e metafísico que só uns raros indivíduos vêem nos seus momentos de clarividência e meditação metafísica.
Por falar em assuntos que mexem com nossa cabeça, já ouviram falar do dilema do Gato de Schröndiger? Clique aqui.
9) Ainda falta mais de um mês, mas (como vou pra Índia no meio tempo,) já estou me preparando para a SP-Arte! De 3 a 7 de abril, participo da feira com Gisela Projects. Espero CADA UM DE VOCÊS lá :) Quem passar no meu estande, ganha Biscrock!
Sarah Nsikak
10) A playlist de hoje tem influências do Grammy, tipo Tracy Chapman, Tina Turner, Billie Eilish e SZA — que meus filhos adolescentes amam escutar —, além de outras coisinhas que tenho ouvido esses dias:
Adoro Turrel, gostei dele junto Van gogh. Gosto muito das curadoria. Fiquei muito curiosa com a arte indiana. Quero saber da sua curadoria na sp arte. Bom dia linda!
O céu é realmente a melhor pessoa para se ter por perto ao longe aqui do lado...