Achei essa imagem a cara dessa semana “pós-festas” — trata-se de uma foto da mesa de jantar do artista Ugo Rondinone
1) Escutei outro dia uma nova gíria: “situationship”. Sinal de que a gente está ficando velho é ter de pesquisar o significado ao invés de simplesmente vivê-la, né? Situationship é um relacionamento romântico ou sexual que não foi formalizado — marcado pela falta de obrigação ou exclusividade.
Resumindo: é o famoso “estar de rolo” dos anos 90. Aquela relação descompromissada que foge dos rótulos.
Foto de Annie Leibovitz
2) Lendo um livro sobre jazz, acabei pensando na prática de yoga. Isso porque ao falar sobre tocar baladas românticas, Miles Davis diz: “Sabe por que não toco mais baladas? Porque amo muito tocá-las”.
Entendi como uma espécie de fuga da zona de conforto. Tenho uma professora de yoga que fala: “as posturas que a gente evita são as que a gente mais precisa fazer”, e o oposto é verdadeiro.
Outro trecho que gostei de ler me lembrou o que a amiga/yogini Lu Brites diz: “sem pressa, sem pausa”. “Independente da velocidade da banda, de quanto os outros músicos se adiantavam, [Miles] Davis nunca soava apressado (…) [ele] estava sempre equilibrado e em controle, cada frase de seu trompete impondo sua própria gravidade”.
3) Estou apaixonada por uma exposição. Em sua décima sexta edição, a série “Artist’s Choice” do MoMA convida artistas para fazerem curadorias escolhendo obras do acervo do museu. Dessa vez, a seleção é da estilista inglesa Grace Wales Bonner (vale fuçar o Instagram dela, a moça sabe tudo).
Ela escolheu reunir obras que “parecem respirar.” Fiquei especialmente comovida pelo trabalho de Terry Adkins e Lucas Samaras (foto abaixo). Fica em cartaz no MoMA até 7/4. Vale visitar, nem que seja virtualmente :)
4) Começou a corrida do Oscar! Adorei os filmes Saltburn (dá pra assistir na Amazon Prime, e o ator principal é fantástico!) e Ferrari (só nos cinemas aqui por enquanto, com as beldades Adam Driver e Penelope Cruz). Os dois compensaram Wonka e Maestro, que achei fraquíssimos…
Morri de rir com a reação da família da Chloe Fineman diante das cenas mais polêmicas do filme Saltburn — ***o link contém spoilers***.
Por outro lado, no mundo dos seriados, que triste que acabou The Crown! Fiquei mega emocionada com os últimos episódios.
5) E esse Wordle de cores, Colorfle 🤓? Dica preciosa da artista/amiga Talita Zaragoza. É dificílimo!
6) Conversando on-line com um amigo sobre educar adolescentes, ele me mandou uma listinha do que considera importante levar em conta. Gostei do que escreveu e compartilho aqui :) E você? Alguma “teoria” para dividir?
Ele escreveu: “Sou da teoria - 1) incentivar esportes de time, mas não para ser o melhor 2) conversar sobre coisas do mundo 3) passar valores (legado) 4) deixar longe das drogas 5) deixar a pessoa ser o que ela quiser, mas tem de querer ser algo 6) ficar de olho em depressão 7) usar camisinha”.
7) Já participei de alguns book clubs que sempre acabaram se desfazendo. Entre os desafios estão: encontrar um dia em que todos os participantes possam se encontrar com frequência, decidir que livro ler, conseguir que todos terminem a leitura a tempo para que a discussão seja equilibrada e interessante.
Dito isso, fiquei animadérrima para testar o conceito de reading party. Segundo matéria do NYTimes, a festa de leitura acontece num bar, onde cada um leva um livro de seu interesse. Todos leem por 1 hora e depois abre para bate-papo com quem estiver por perto — cada um comenta sobre o livro que leu e escuta o que o outro tem pra contar. Curioso, não? Talvez seja mais legal fazer em casa com amigos do que no bar com desconhecidos.
PS: também adorei a lista de frases do Frank Bruni no NYT.
8) Ano novo, hora de por em prática aquela eterna vontade que a gente tem de meditar! Gosto da frase que diz: todo mundo deveria meditar 30 minutos por dia. A não ser aqueles que não têm tempo — esses devem meditar 1 hora por dia!
Já tentaram a meditação da chama da vela? Peguei um texto aleatório na internet para linkar, mas prefiro o texto (em inglês) abaixo como referência:
9) “A esperança”, segundo a ensaísta Rebecca Solnit, “está na premissa de que não sabemos o que vai acontecer e de que, na vastidão da incerteza, há espaço para agir. Quando você reconhece a incerteza, entende que é capaz de mudar o futuro – seja sozinho ou em conjunto com outras dezenas ou milhões de pessoas.”
Simbora, 2024!
10) Precisei de uma playlist bem brasileirinha e upbeat para o réveillon invernal de NYC. Segue aqui:
Acho que "deixar longe das drogas" é uma visão um tanto ingênua. O contato com elas vai rolar em algum momento. Acho que o lance é conversar sobre, sem tabus. Daí isso acaba sendo uma ótima orientação, mas sem esse rótulo.
Concordo total com Maestro e tambem achei fraco Napoleon, os dois desmerecem os personagens. Wonka é bonitinho para levar os netos. bjs e Feliz Ano Novo! Adorei a imagem das velas!