Cassi Namoda (de Crocs!) em seu estúdio
1) Temporada de feiras de arte em NY! Começa hoje a Armory e a Independent 20th Century. Irei trabalhar com a galeria Galatea, mostrando as belíssimas cerâmicas e pinturas de Miguel dos Santos. Junto com as feiras, as galerias começam a dar as caras novamente, depois de um break para o verão (do hemisfério Norte). Adorei ver o trabalho de Cassi Namoda, que está num preview online da galeria 303.
A obra de Cassi Namoda explora a história e a cultura da África pós-colonial, especialmente o intercâmbio entre as tradições vernaculares e o colonialismo português. Namoda nasceu em Maputo, Moçambique, em 1988, e já morou por toda parte — Quênia, Uganda, Benin, Haiti, Indonésia, República Dominicana e Estados Unidos. Atualmente divide seu tempo entre Nova York, East Hampton e The Berkshires, em Massachussets.
Miguel dos Santos
2) É sempre uma aula escutar a artista (e MacArthur fellow) Sarah Sze falando. O podcast A Brush With… bateu um papo de quase uma hora com ela. Vejam que interessante essa reflexão da artista:
Imagens estão se tornando objetos. Nós as trocamos, compramos, vendemos, fazemos, usamos para nos comunicar. Quem compra uma camiseta, mesmo ela sendo um objeto físico, provavelmente a adquire online e percebe uma pequena diferença na cor da imagem em relação ao objeto físico. Essa pequena confusão, ou ruído, representa a forma como estamos experienciando o mundo hoje, tanto online quanto fisicamente.
Sarah Sze no Guggenheim
3) Por falar em feiras… daqui a pouco somos nós! Gisela Projects estará na ArtRio apresentando trabalhos recentes de Bianca Kann, Fernanda Feher, Goia Mujalli, Mariana Mauricio e Melissa Dadourian.
Venham dar uma espiada no preview, caso tenham interesse. E para quem estiver no Rio, nos vemos lá, certo? :)
Cabeludas, de Mariana Mauricio
4) Esse prédio abaixo de 1998 é projeto dos mesmos arquitetos que fizeram o New Museum, aqui em NY — o escritório SANAA, vencedor do Pritzker, prêmio máximo da arquitetura 13 anos atrás. O Kitagata Apartment Building fica na cidade de Gifu. Olha que beleza!
Também é deles o projeto do Grace Farms, um complexo em New Canaan, Connecticut. Mesma cidade onde fica a Glass House, do Philip Johnson. Abaixo, o New Museum, em NY:
5) Fiquei louca com esse menininho! Jovem torcedor de hockey que viralizou imediatamente em seu primeiro jogo. Quando a câmera do estádio o filmava, todos aplaudiam. Quando focavam em outra pessoa, a torcida vaiava. A carinha dele de quem não estava entendendo nada, mas de quem provavelmente se tornará um torcedor vitalício me emocionou! Cliquem na imagem aqui embaixo para assistir. É muita fofura!
6) E essa sorte? Liz Gilbert agora no Substack. Comer, Rezar, Amar e Substackear!
Detalhe da letra de médico dela. PS: Namorei um estudante de medicina e meu pai brincava que eu teria de levar as cartas de amor para um farmacêutico traduzir <3
7) Essa frase de F. Scott Fitzgerald, em Crack Up, é daquelas para ler todo dia de manhã antes de enfrentar o mundo:
A inteligência de primeira linha se manifesta na capacidade de manter em mente duas ideias opostas ao mesmo tempo e ainda assim ter a capacidade de funcionar.
No original:
The test of a first-rate intelligence is the ability to hold two opposing ideas in mind at the same time and still retain the ability to function.
8) O NYTimes entrevistou o homem mais feliz do mundo. Quando perguntaram a Matthieu Ricard quais os três segredos para ser feliz, ele disse:
Primeiro, não há segredo. Em segundo lugar, não há apenas três pontos. Terceiro, é preciso uma vida inteira, mas é a coisa mais valiosa que você pode fazer. Estou feliz por sentir que estou no caminho certo. Não consigo imaginar sentir ódio ou querer que alguém sofra.
Dei risada com a parte que fala sobre o Apple Watch dele:
Você está usando um Apple Watch?
Sim.Por que um monge budista precisa de um Apple Watch?
Eu ando na floresta. Tento contar 10.000 passos para ter saúde aos 77 anos. Não dou mais muitas entrevistas, mas quando faço, geralmente não coloco o relógio, porque a primeira coisa que os jornalistas falam é “por que você usa um Apple Watch?”
9) No livro How to Listen to Jazz, Ted Gioia explica a estrutura desse tipo de música:
A grande maioria das apresentações de jazz segue um padrão familiar. Podemos chamar de “tema e variações”. Podemos dividir a música em três partes. Primeiro, os músicos tocam a melodia (ou tema). Em segundo lugar, eles improvisam sobre as harmonias da música com alguns ou todos os intérpretes fazendo solos (estas são as variações). Terceiro, os músicos voltam à melodia para uma reafirmação final do tema. Nem toda apresentação de jazz segue esse modelo — e em alguns casos extremos, os músicos não seguem nenhum padrão definido, mas mais de 95% da música jazz que você encontrará em gravações ou concertos ao vivo aderirá a essa estrutura de tema e variações.
10) Depois dessa, a playlist de hoje não poderia ser outra, se não uma dedicada ao jazz ;)
love all your quotes...
o parágrafo sobre felicidade me fez lembrar do livro do Contardo Calligaris - o sentido da vida - com outras teorias e pensamentos sobre a felicidade. vale a pena.