Harry Styles por David Hockney para a exposição Drawing from Life, na National Portrait Gallery de Londres, entre 2/11/23 – 21/1/24. Watermelon Sugar High!!!
1) Volto a escrever direto de NY, mas já começo a planejar minhas próximas escapadas! Em outubro, irei a Londres durante a feira de arte Frieze para organizar uma exposição — conto mais nas próximas newsletters! — e já estou de olho no que estará em cartaz por lá. Fiquei especialmente animada com a mostra sobre a Chanel no Victoria & Albert Museum, Frans Hals na National Gallery, e El Anatsui ocupando o Turbine Hall na Tate Modern. Além do Harry pintado por David, claro :) Tem alguma dica boa de Londres para compartilhar? Comente aqui:
Segundo o museu, "essa será a primeira exposição inglesa dedicada ao trabalho de Gabrielle 'Coco' Chanel, examinando desde o estabelecimento da Maison CHANEL até a evolução de seu design icônico que continua a influenciar a maneira como as mulheres se vestem hoje.”
2) Fiquei encantada com o trabalho da artista portuguesa Helena Almeida, que vi no Instituto Moreira Salles em SP— em cartaz até 24/9. Essa fala dela ficou ecoando em minha cabeça:
Ando em círculo; os ciclos voltam. O trabalho nunca está completo, tem de se voltar a fazer. O que me interessa é sempre o mesmo: o espaço, a casa, o teto, o canto, o chão; depois, o espaço físico da tela, mas o que eu quero é tratar de emoções. São maneiras de contar uma história.
Helena Almeida, Pintura habitada [Inhabited painting], 1975, 46 × 50 cm, Col. Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto, © Arthur Rosa
3) Sou apaixonada por Roger Federer e fã das collabs da Uniqlo. Adorei descobrir que junto com o estilista JW Anderson, o tenista mais elegante do planeta vai lançar uma coleção cápsula para a marca japonesa. Chega às lojas 28/8, mesmo dia em que começa o US Open :).
Oh, Roger… <3
4) Só de lembrar, fico sem ar… assisti com meus filhos ao documentário The Deepest Breath (Netflix). Gente do céu, que loucura de esporte! Passei o filme todo tendo que respirar fundo para aguentar ver Alessia Zecchini mergulhando até o limite de seu oxigênio nas profundezas do oceano.
Para compensar a sensação de claustrofobia, emendamos num seriado infantil/desenho animado australiano fofíssimo (Disney+), pelo qual me apaixonei. Chama Bluey. Quem já viu? Mini episódios de 8 minutos de pura fofura. É para bebês mas agrada também a adultos :)
5) Para quem se interessa pelo mercado de arte — ou simplesmente gosta de tentar entender gente “sangue nos olhos” —, o perfil sobre o maior galerista de arte do nosso tempo, Larry Gagosian, na revista New Yorker é um must. Sem filhos ou herdeiros para seu império, ele já foi chamado de tubarão pelo crítico Peter Schjeldahl por ser “uma máquina devoradora”. Num trecho, a matéria conta que um casal bilionário de colecionadores se hospedaria em sua casa nos Hamptons e perguntou: “tem sauna infravermelha lá?”. Larry disse que “sim, claro”, e mandou instalar uma na mesma hora.
6) Meus filhos ainda estão de férias — aqui é verão! —, as aulas só voltam em setembro. Nessa semana fomos ao cinema ver The First Slam Dunk, uma animação japonesa super emocionante. Quando o longa acabou, um dos meus filhos comentou: o personagem principal não é quem faz mais cestas, nem tem destaque em relação aos colegas de time. Belo exemplo. 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
7) Outro dia ouvi um podcast do Carlo Rovelli com Neil Gaiman. O bate-papo entre os gênios da física cobre temas como universo, vida e… beijos!
Uma pedra é uma “coisa” prototípica: podemos nos perguntar onde ela estará amanhã. Por outro lado, um beijo é um “evento”. Não faz sentido perguntar onde será o beijo amanhã. O mundo é feito de uma rede de beijos, não de pedras.
―Carlo Rovelli, em A Ordem do Tempo
8) Trecho do livro Awakening the Buddha Within, do Lama Surya Das:
Muitos anos atrás, uma mestre zen estava em seu leito de morte cercada por monges, freiras e discípulos que esperavam suas últimas palavras. (…) Ela disse só uma palavra: “Atenção”. Os discípulos esperavam um poema, uma história significativa, um segredo essencial, a resposta sobre qual seria a prática mais importante. De novo, ela disse: “Atenção”. Os discípulos ficaram confusos, esperando ela concluir algo como: “atenção ao Buddha e ao Dharma”, “atenção aos seus professores”… e perguntaram de novo: “antes de sua última respiração, diga-nos o que fazer com a atenção. Conte-nos qual a essência de tudo, como encontrar Buddha?” Você sabe o que ela disse: “Atenção”.
PS: Essa “fábula” me lembrou a fantástica história da “Attenzione, Pickpocket!”
9) “A teoria é boa, mas não impede que os fatos existam” — escreveu Freud em carta a Charcot. O que me encantou nessa frase foi a oposição entre teoria e fato. Uma versão mais acadêmica do famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
10) A playlist coincide com a lua cheia de agosto e vem inspirada por Sinéad O’Connor. A música Nothing Compares exige aquela pausa — aquela olhada pro horizonte, aquela breve refletida sobre amores. Tentei reunir, sem pensar muito, algumas outras músicas assim — que quando tocam num lugar público, quase causam constrangimento de tão… ridículas. Como disse Fernando Pessoa via Alvaro de Campos:
Todas as cartas de amor são
Ridículas
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas
vem pra berlim amiga de deus!
" Mas o que eu quero é tratar de emoções" - Aff, que lindo isso.
E por falar em Freud, eu estudo Psicanálise, e outro dia li no Fundamentos da Clínica Psicanalítica que o lugar do analista não se equipara ao lugar do sacerdote tampouco do medico. " Freud afirma pretender entregar a análise a uma categoria que não existe ainda, e que ele designa com o termo weltlicher Seelsorger, algo como o cuidador de alma secular (ou mundano)." - Eu achei isso tão lindo.