1) Quem vem? Vai ter happy hour dia 13/7, quinta que vem, das 17h às 20h, na Marina Saleme Estamparia. Eu trouxe algumas — poucas — cerâmicas minhas para o Brasil a convite dela, de quem sou muito fã. Vou adorar ver vocês por lá 💗
Estampa lindona em camisa de seda da Marina Saleme Estamparia
2) Já no avião, terminei meu primeiro livro da temporada. Aquele da Isabel Allende, que mencionei na newsletter passada — e que, de tão bom, deveria ser distribuído a todas as mulheres do mundo! Leiam, leiam, leiam.
Chegando aqui no Brasil, terminei Lançar Mundos no Mundo, sobre Caetano Veloso e o Brasil. Gostei desse trecho:
“Por outro lado, a descoberta precoce do orgasmo, pela masturbação, aos dez ou onze anos, lhe restituiu, pela evidência corpórea, a certeza maravilhosa da existência de si e do mundo. O que traz à luz outra forma de silêncio: o silêncio sagrado de uma descoberta vital, individual, íntima. “Eu me segredei o nome de Deus”, escreve, “e me perguntei maravilhado como era possível que em nosso próprio corpo — em meu próprio corpo — estivesse inscrita essa graça.”
3) Gente, estou sem meu computador aqui na Bahia, escrevendo essa edição direto do meu iPad. Mas é por uma boa causa: vim tirar uns dias de férias. Aqui, o tempo desacelera, o corpo acalma, os coqueiros dançam ao ritmo das canções de Dorival Caymmi e tudo se demora. Puro axé!
4) Adorei descobrir que Pablo Picasso dizia que aprendeu tudo que sabia em Horta, um vilarejo catalão pertinho de Barcelona. Por lá, umas das experiências que teve foi a de presenciar autópsias de cadáveres. Ele teria visto uma mulher que foi atingida por um raio e depois sua neta, que passou pelo mesmo trauma. O escritor americano Norman Mailer acredita que essa visão teria inspirado o estilo cubista do artista, dez anos depois.
Pablo Picasso, Bust of a Woman (Dora Maar), 1938
5) Pelas conversas com os amigos que estão aqui comigo, acho que não fui a única pessoa que achou bizarro o vídeo que reanimou Elis Regina via inteligência artificial. Socorro! Estou aflita com o futuro da imagem e da criação de deepfakes. Como disse uma amiga, deve ter muita gente ajustando cláusula de testamento para não dar esse direito aos familiares…
6) Wisława Szymborska faria cem anos essa semana. Sou louca pelos poemas dela.
Nada acontece duas vezes
nem acontecerá. Eis nossa sina.
Nascemos sem prática
e morremos sem rotina.Mesmo sendo os piores alunos
na escola deste mundão,
nunca vamos repetir
nenhum inverno nem verão.Nem um dia se repete,
não há duas noites iguais,
dois beijos não são idênticos,
nem dois olhares tais quais.(…)
Leia a íntegra aqui.
7) Achei chique esse trecho da newsletter da Leandra Cohen, aka Man Repeller — traduzido livremente:
Mas há poder em ser um observador silencioso, você assume um papel diferente. É um papel que acho que quase nunca experimentei, porque já julguei: chamei de frio, hostil e sem graça. Agora, estou começando a ver algo a mais nisso — um compromisso pensativo com outro sentido. Uma espécie de maturidade que espero poder incorporar. Muito se ganha ouvindo.
8) Esse vídeo “Serpentine Dance”, da americana Loie Fuller, sempre me emociona. Imaginem essas cores, movimentos, formas exibidos pela primeira vez — sendo que o primeiro filme da história havia sido mostrado apenas dois anos antes, em 1895. Tão antigo, tão atual! Esse abaixo foi apresentado pela primeira vez em Paris, num filme dos irmãos Lumière. Aqui, uma versão editada, de 1905. TikTokers, aprendam:
9) Para descontrair, aqui na Bahia temos brincado de fazer perguntas genéricas na hora das refeições. Algumas que fizemos até agora: se você tivesse uma ONG, que causa você defenderia? Se pudesse viajar hoje com tudo pago, para onde gostaria de ir? Se ganhasse na loteria, o que faria? O que faz o tempo parar pra você?
Respondam vocês também, aqui:
10) Playlist de hoje, yo!:
Sobre a Elis, além de bizarro e mórbido, tem a questão da música “como nossos pais” ser um hino ante ditadura num anúncio da Volkswagen que apoiou a ditadura …
Adorei !