Estande Gisela Projects na SP-Arte 2023 — sensação de dever cumprido! Obrigada a todos que visitaram e aos que fizeram isso possível — vocês sabem quem são e sou eternamente grata :) Clique aqui para ver detalhes sobre o que mostramos por lá.
1) Sabe quando um tema parece estar correndo atrás de você? Mesmo que você não o procure, ele dá um jeito de chegar? Recentemente aconteceu comigo. O assunto foi "beginners’ mind”— mentalidade de principiante, em tradução livre. Um trecho — entre os vários que me pegaram — é do livro “The Creative Act: A Way of Being”, do Rick Rubin.
Inocência traz inovação. Falta de sabedoria pode criar aberturas para novos caminhos. […] Tente experimentar tudo como se fosse a primeira vez. Alguns dos super poderes desse jeito mais “infantil” de estar no mundo: viver no momento presente, dar valor a brincadeiras acima de todas as coisas, não levar a sério as consequências, ser radicalmente honesto e a habilidade de se mover com liberdade de uma emoção para a próxima sem se apegar à história. Para as crianças, cada momento é tudo que há. Não há futuro, não há passado. “Eu quero agora, estou com fome, estou cansado". Pura autenticidade.
2) Ontem tive a sorte de visitar a exposição de Raphaela Melsohn na galeria Marli Matsumoto, “uma casa feita de chão" acompanhada pela artista. Em cartaz até 4 de junho, a mostra transforma completamente o espaço da galeria com a construção de um "novo chão” elevado.
Quando você aumenta a escala de algo — subindo o chão, diminuindo a distância do chão para o teto —, primeiro a gente reorganiza o jeito que a gente vê os objetos: os trabalhos que estão no chão agora podem ser vistos de baixo, de cima, de lado. Muda a nossa relação com o espaço e a gente reorganiza o nosso próprio corpo para se encontrar nesse lugar. Abaixar para passar pela porta, encostar na coluna que fica no teto, etc. Você fica mais consciente do espaço. Além disso, a madeira é aconchegante, tem um buraco, um nicho. Você está envolto, numa espécie de casulo.
3) Tristeza pura a morte do pianista japonês Ryuichi Sakamoto. Adoro a história que Paula Morelembaum conta sobre a gravação de um disco em homenagem a Tom Jobim. Ao terminar uma das faixas, ouviram uma gargalhada ao fundo. Examinaram melhor, e descobriram ser um passarinho que cantava. Interpretaram como uma participação de Tom, já que o estúdio era na casa onde ele morava. Digamos que o maestro resolveu aparecer bem no solo de piano de Sakamoto. Escutem... É no minuto 2:40.
4) Alguém mais aqui dorme ouvindo música? Pois eu estou sempre em busca de boas playlists soníferas. Recentemente li no NYTimes que um dos jeitos mais eficazes de dormir é escutar previsão do tempo para navios ingleses, da rádio BBC 4. Marés, correntes e ventos. E, se alguns gostam do barulho da chuva para dormir, a jornalista Grace Linden sugere que é a previsão dessa chuva que a coloca em modo zzzzz. “Como o mar, a previsão do tempo para navios nos lembra que há forças mais elementares em jogo”, ela diz, “Como os marinheiros que vieram antes de mim, também costumo estar acordada no meio da noite, pegando no sono diante dos mistérios das profundezas do mar”. E vocês? O que fazem quando não conseguem dormir?
5) Como estava trabalhando na feira, não tive muito tempo de espiar com calma os outros estandes. Mas do pouco que vi, me apaixonei pelos banquinhos de pedra da ,ovo:
6) Novidade fashion: abre em outubro em Nova York uma exposição no Jewish Museum dedicada à marca Chloé. Sobre “Mood of the Moment: Gaby Aghion and the House of Chloé”, a diretora do museu Claudia Gould disse: “pouca gente sabe que Gaby era judia, ou sobre sua vida fascinante e espírito empreendedor”. Aguardemos.
7) No livro Tiny Habits: The Small Changes That Change Everything, sobre mini hábitos que mudam nossa vida, o autor BJ Fogg explica o beabá:
Uma pessoa começa um hábito que se transforma em dois hábitos que se transformam em três hábitos, que mudam uma identidade, que inspira um parente querido, que influencia seu grupo de amigos e muda sua mentalidade, que se espalha como fogo e interrompe uma cultura de desamparo, capacitando todos e lentamente mudando o mundo. Ao começar ‘pequeno’ com você e sua família, você cria uma reação em cadeia que cria uma explosão de mudança.
8) Notícia alegre para quem, como eu e Caetano Veloso, ama João Gilberto acima de todas as coisas. Um novo disco póstumo reúne 36 canções, gravadas no Sesc Vila Mariana durante um show de 1998. “Relicário: João Gilberto (ao vivo no Sesc 1998)” apresenta o que a Folha de S.Paulo chamou de “belezas acesas”. Para celebrar o lançamento, sua filha Bebel e outros grandes cantores contemporâneos fazem shows no Sesc Vila Mariana no fim do mês. Vamos?
9) Semana que vem organizo mais uma exposição pop-up em São Paulo. Abertura dia 13/4 das 17-21h no Taller Zaragoza. Nessa mostra coletiva, reunimos trabalhos de doze artistas do Brasil, do Uruguai, da França e dos Estados Unidos, que questionam a imposição do ‘grid’ para dar espaço a formas mais fluidas.
Filipe Jardim x APARA
10) Em semana de feira gosto de escutar músicas que me deixem animada e confiante. Segue minha playlist da SP-Arte :)
amiga falando em previsao de tempo para navios! livro lindo de rob packer: https://circulodepoemas.com.br/produto/a-previsao-do-tempo-para-navios/
Fiquei tão triste que perdemos a SP-Arte!