Sem Título [Grande Veleiro (Big sailboat)], Bispo do Rosário (1909-1989)
1) Tive a sorte de ouvir a curadora Aimé Lukin apresentar a exposição Bispo do Rosario: All Existing Materials on Earth: “vemos na produção dele seu compromisso com replicar, catalogar e organizar o mundo.” Em cartaz até 20 de maio na America’s Society, em Nova York. A mostra reúne cerca de 70 obras feitas na clínica psiquiátrica onde passou a maior parte da vida. “Sua produção incansável o ajudou a sobreviver às dificuldades de muitos anos de internação.”
2) Por falar em saúde mental, o documentário cult dos anos 90, Hands on a Hardbody mostra cerca de 20 participantes de uma gincana de resistência cujo objetivo é ganhar uma caminhonete. Os sorteados ficam em volta do carro com pelo menos uma das mãos encostadas na lataria — o último a desencostar, ganha o tal Nissan. São quase 80 horas de agonia. No fim, sobra quem não perde a cabeça.
3) No dia seguinte do Grammy, um dos assuntos entre a comunidade Latinx nos EUA foi o closed captioning da apresentação do cantor porto-riquenho Bad Bunny. Ao invés da letra da música, a legenda dizia [SPEAKING NON-ENGLISH; SINGING IN NON-ENGLISH]. A falta de tato depois foi explicada pelo canal CBS: “a prática padrão quando se fala qualquer língua estrangeira é essa.'“ Mas já era tarde, o assunto foi parar no NYTimes: “a situação ressaltou uma indignação entre latinos e outra minorias. Não importa o sucesso ou o tamanho das nossas conquistas, continuamos irrelevantes para o mainstream americano”. Por isso, a venda dessas camisetas está indo de vento em popa. Já garanti a minha.
4) Já falei aqui da Masterclass do Questlove ensinando a discotecar, né? Minha aula mais recente foi com a top stylist Karla Welch. Ela deu uma dica de estilo que ficou na minha cabeça. “A vida é muito curta para economizar certas roupas para datas especiais. Para sair da sua zona de conforto, pegue qualquer item ‘especial’ do seu armário e finja que é uma calça jeans. Todo mundo usa jeans. Você está vivo. Vista essa peça hoje. Simples assim”. Na foto abaixo, ela aparece com um jeans vintage da Wrangler, mesmo — hehe.
5) MSCHF (pronuncia-se mischief, que quer dizer travessura) é um coletivo de arte ou laboratório experimental criativo, baseado no Brooklyn, em NYC. No LinkedIn, eles se descrevem como uma empresa de laticínios. A cada duas semanas, lançam um novo produto — sempre com um toque de caos e mischief. Já criaram desde os sapatinhos do Astro Boy que inundaram as redes sociais nos últimos dias, até softwares que geram imagens de fetiche por pés (eles já foram processados por algumas marcas por apropriação). E aí? Você encararia esses pisantes? Serão lançados dia 16/2 aqui, por US$ 350.
6) “‘Eu me amo’ — a mais silenciosa, simples e poderosa revolução de todas” — frase de Nayyirah Waheed para a semana do Valentine’s Day. E por falar no tema, vale seguir essa conta, @candyheartcomics do designer Tommy Siegel. Muito bom!
7) Outro dia ri alto com o Google. Fui pesquisar sobre um sweater antigo da Rag & Bone com a esperança de talvez encontrá-lo em sites vintage. Escrevi, em inglês, na busca “sweater de cobra” e eis que aparece essa imagem, hahaha:
O que eu estava buscando (mas não encontrei no meu tamanho) era:
8) E esse poema perfeito da Sophia de Mello Breyner Andresen?
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
9) Ainda falta mais de um mês para a SP-Arte, que abre ao público 30/3, mas já estamos a todo vapor com os preparativos. Mais um gostinho do que vocês vão ver no nosso estande Gisela Projects:
Julia da Mota
Could have, 2023
Acrílica sobre linho cru
65 x 60 cm
10) A playlist de hoje está mais mellow, acho que é o inverno (do hemisfério Norte). Espero que gostem :)
Suéter de 🐍
Adorei!!