Gisela’s Hottest Takes

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Hottest Takes #117

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GISELA GUEIROS
mai 29, 2025
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Hottest Takes #117
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Demorei para “aprender” que essa gravura da “Grande Onda de Kanagawa” (1831) do Hokusai era, na verdade, sobre o Monte Fuji :)

1) Na série das vistas do Monte Fuji que Hokusai completou, o vulcão de mais de 3700 metros aparece de diversos pontos de vista diferentes. Para budistas e taoístas, o Fuji guarda o segredo da imortalidade. Há disputas sobre o significado de seu nome com interpretações das mais variadas — uma delas é, de fato, fu-shi (não + morte).

Já os kanjis usados hoje em dia — 富 e 士 —, significam riqueza ou abundância e homem de posição. Outra hipótese considera Fuji partindo da junção de 不二 (não + dois): sem igual. Ou ainda 不尽 (não + exausto): interminável. Comentei sobre essas etimologias possíveis com um amigo japonês e ele riu, disse que Fuji é bonito e resiliente.

2) André Feliciano, um amigo artista que esteve lá recentemente, também contou do microclima que o vulcão gera. Passei mal com as fotos! Sonho ir ao Japão e, agora, além de ver gente, arquitetura, arte e templos… quero escalar um trecho da montanha mais incrível do planeta :)

Sua última erupção foi em 1707.

3) Pegando carona no Japonismo da newsletter da última semana, saiu uma matéria sobre turismo Cézannesco no NYTimes, em torno da casa-ateliê do artista e de sua montanha favorita na região de Aix-en-Provence.

O artigo do NYTimes começa assim:

A musa inspiradora de Paul Cézanne tinha ombros largos, rosto enigmático e uma beleza majestosa que pairava sobre sua vida de artista. Essa obsessão era uma montanha, não uma mulher. Seduzido pelo efeito camaleônico do sol em suas cristas calcárias, Cézanne pintou mais de 80 versões da Montagne Sainte-Victoire, um maciço granítico próximo à sua cidade natal, Aix-en-Provence, no sul da França.

Cada um com seu Fuji

4) E ainda na cauda do cometa da última newsletter, adorei esse parágrafo de agradecimento da Rebecca Solnit:

Agradeço a todas as pessoas, muitas vezes invisíveis, que editam, revisam, projetam, imprimem e distribuem meu trabalho, e a todos os livreiros independentes que o apoiam quando ele aparece nesta forma. Por trás de todos eles, há leitores; sou infinitamente grata (e fico um pouco surpresa) por tantas pessoas quererem ler o que escrevo, já que esse tem sido meu principal ganha pão por mais de um terço de século. Sou escritora porque sou leitora, e os leitores compartilham a fé nos livros — na prática de se aquietar e se aprofundar, no poder da descrição precisa, na paixão de compreender quais são os significados e as possibilidades que esta vida nos oferece.

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5) Adoro a ideia da filósofa Maria Zambrano de que “ser livre é ser responsável”. Quando a gente tira do caminho aquilo que “não quer fazer”, a gente abre espaço para aquilo que “quer fazer”. (Sempre penso nisso quando acordo às 7h para fazer exercício físico haha). (Também penso nisso quando deixo meus filhos saírem à noite: querem poder continuar saindo, então voltem no horário combinado — ser livre é ser responsável).

Freud disse a mesma coisa de outro jeito: “A maior parte das pessoas não quer liberdade, porque liberdade envolve responsabilidade, e a maioria tem medo das responsabilidades.”

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